A agente Natália, com a sua habitual eficiência, puxa de um kit de impressões digitais (cenas à CSI) e analisa a porta, os copos e a secretária. Entretanto, o Jorge e o Felismino continuavam a lançar palpites sob o olhar atento da presidente Natália:
- Não concorda, presidente, que isto é coisa de rivalidade entre amantes? Na direção da agente Natália, nem se atreviam a olhar, porque já sabiam que ela não lhes daria ouvidos. Pelo canto do olho, os dois espiavam tudo o que ela fazia e quase não conseguiam conter a curiosidade de saber as conclusões a que já teria chegado. Natália Alarcão, a presidente, dirigiu-se à agente diretamente e perguntou:
- Há pistas concludentes? Alguma conclusão que possamos já tirar? Cá para mim, é um mistério como é que esta mulher veio parar aqui à fábrica. Foi morta aqui ou trouxeram-na? Laconicamente, a agente Natália, informa os presentes que parece haver indícios de que a vítima foi agredida no local. Com ar misterioso, dirigiu-se ao corpo e, cuidadosamente, segurando uma pinça na ponta dos dedos, retirou o pedaço de papel que permanecia entre os dedos do cadáver. Os outros três aproximaram-se, inquiridores, tentando decifrar as marcas manuscritas, numa tinta azul elétrica.
Os quatro, em conjunto, descortinaram duas letras, claramente: "AO". Seria esta uma pista importante? Seria um recado? Seria uma assinatura num documento? Ou uma nota de encomenda? Talvez um novo contrato... Estaria neste papel a causa desta desgraça?